Gostaria de abordar a questão da motivação sob uma perspectiva mais prática, reflexiva e que possa ser imaginada dentro do mundo empresarial.
Então primeiro vamos definir "motivação": de acordo com a etimologia, a palavra motivação deriva de movere (latim), que significa mover. Se você tiver a curiosidade de consultar o dicionário, lá estará uma bela definição: "espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento". Pode ser definido também como a execução de uma determinada ação baseada em motivos que a impulsionem. Seja qual for a explicação, estamos falando de movimento, atitude, se mexer e fazer acontecer.
A reflexão que proponho é a seguinte: quem é responsável por gerar a motivação dentro de um time? O líder imediato? Os colegas? A organização como um todo?
A resposta aparece em muitos artigos e também em livros de grande repercussão: "os líderes precisam motivar suas equipes". Afinal, eles estão lá para isto, certo? Errado! Na minha opinião, pelo menos, não é bem assim que as coisas funcionam.
Para haver motivação, acredito em uma combinação de fatores interiores (propósitos, valores, objetivos) e fatores exteriores (remuneração, ambiente organizacional). Os fatores interiores são aqueles intrínsecos, pessoais, que estão dentro de nós. Os fatores exteriores são aqueles fora do nosso controle, relacionados à organização.
O que é mais importante para a motivação? Seu comportamento ou o ambiente que o cerca? Neste sentido, entendo que o aspecto interior de comportamento tem muito mais força se comparado com o ambiente, até porque os fatores exteriores podem ser consequência e não causa da desmotivação.
O principal responsável pela motivação é você mesmo, isso é algo que vem predominantemente de dentro de você e não de fora. Não delegue isso para seu chefe. Vou tentar explicar abaixo os motivos.
Agora reflitamos sobre os fatores internos: Considero que um dos pontos-chave é fugir da armadilha da expectativa de reconhecimento. As pessoas pensam "sou bom, faço coisas maravilhosas e ninguém me reconhece, por isto estou desmotivado". Mas precisamos lembrar de fazer as coisas certas pelos motivos certos. Atender bem o cliente por um legítimo interesse em ajudá-lo. Buscar as metas para se aperfeiçoar e estar preparado para as oportunidades que virão. Fazer isto por satisfação pessoal e fidelidade aos propósitos, valores e objetivos. Não agir corretamente apenas pensando em ganhar o parabéns do chefe ou uma promoção. O segredo é criar assim sua própria armadura emocional, fazer o que deve ser feito e minimizar expectativas. Os benefícios virão naturalmente.
Confesso que o meu raciocínio não foi sempre assim. Certa ocasião, há mais de 10 anos, eu resolvi dividir com meu chefe minha desmotivação, a qual eu acreditava que a empresa poderia resolver. Resolvi pedir ajuda e ele me disse: "Marcelo, a sua motivação é problema seu!". Na época não entendi e fiquei bastante frustrado. Mas depois de algum tempo compreendi e hoje agradeço a lição recebida.
Por fim, tenho convicção de que este exercício de entender os fatores internos nos protege e reduz as pressões, que são inevitáveis, especialmente no ambiente de vendas.
Possivelmente você não concorde com estas ideias e eu devo respeitar. Talvez esta seja uma visão poética e pouco acadêmica sobre o assunto, baseada apenas em experiência pessoal e tenho consciência disto. Por outro lado, tenho certeza de que este artigo pode estimular no mínimo uma reflexão sobre o assunto.
E na próxima vez que pensar em ficar desmotivado, lembre-se: a culpa é sua! E se sua equipe está desmotivada, pode ser que a culpa seja sua, pelo menos em parte.
Deixe seu comentário ou me envie um e-mail para zimmaro@hotmail.com, terei prazer em ouvir suas opiniões a respeito.
Um abraço e um 2016 motivante para todos!
Marcelo